Semeadura de Pastagens – Parte 01

No dia 17 de novembro de 2025, com as sementes já compradas e armazenadas na propriedade, o solo preparado e as chuvas regularizadas na região, chega o momento ideal para a semeadura. Quais são os procedimentos a serem seguidos para garantir o estabelecimento de uma boa pastagem? Qual é a melhor época de semear? Quais devem ser as condições climáticas? Qual é a taxa ideal de semeadura? Quais são os métodos disponíveis? Que máquinas utilizar?O objetivo deste artigo é responder a essas perguntas, muito frequentes no meio pecuário. Com base em experimentos de longo prazo realizados pela EMBRAPA e por outras instituições de pesquisa, além de ampla experiência de campo, conclui-se que, em fazendas localizadas desde o norte do Paraná até os estados das regiões Sudeste e Centro-Oeste, a semeadura realizada entre a segunda quinzena de outubro e a primeira quinzena de janeiro apresenta os melhores resultados: maior estande de plântulas logo após a germinação, estabelecimento mais rápido da pastagem, menor infestação por plantas daninhas e maior disponibilidade de forragem no primeiro uso da área — seja por pastejo, seja por colheita mecanizada (ensilagem, fenação ou pré-secagem). No entanto, a semeadura também é praticada fora dessa janela:– cedo, em setembro/outubro, conhecida como semeadura “no pó”, “na poeira” ou “no cedo”, com solo ainda seco;– ou tardiamente, no final das chuvas, em março/abril. A semeadura no cedo (na poeira) é recomendada em solos de baixadas, onde o lençol freático é superficial e o solo fica encharcado logo após as chuvas, impedindo o trânsito de máquinas e veículos; ou em áreas altas com solos de argilas expansivas, que também dificultam a mecanização quando umedecidas. Já a semeadura tardia é recomendada para regiões com chuvas irregulares na primavera e início do verão, com ocorrência de veranicos, e para regiões mais ao norte, no bioma Amazônico, onde as chuvas se estendem até maio/junho e as temperaturas não caem como no Centro-Sul do país. Para uma germinação rápida e vigorosa de sementes de forrageiras tropicais, a temperatura ambiente deve estar acima de 18 °C. O importante nas semeaduras cedo e tardia é aumentar a taxa de semeadura em pelo menos duas a três vezes, em comparação com a semeadura dentro da janela ideal. A semeadura pode ser feita:– a lanço, manualmente;– manualmente em covas;– a lanço com aeronaves (aviões ou drones);– a lanço com distribuidores de adubos;– a lanço com semeadoras;– em linha, com plantadoras de grãos.Todos esses métodos podem ser aplicados tanto sobre solo preparado quanto sobre palhada em plantio direto. Os métodos de limpeza do terreno e preparo do solo determinam a forma de semeadura. Se a área foi limpa pelo método tradicional, com uso de fogo, não haverá preparo de solo devido aos obstáculos (tocos, troncos, árvores etc.). Nesses casos, a semeadura será manual a lanço ou em covas, em pequenas áreas, ou por aeronaves, em grandes áreas. Se a área não tiver esses obstáculos, mas o relevo apresentar declividade que inviabiliza a mecanização, os métodos seguem os mesmos — para pequenas áreas, semeadura manual; para grandes áreas, semeadura aérea; podendo ainda ser utilizada tração animal. Se a área foi limpa mecanicamente, ou se era uma pastagem degradada, ou ainda uma lavoura convencional, o solo estará apto para preparo. Nesses casos, é possível semear a lanço com distribuidores de adubos, a lanço com semeadoras ou em linha com plantadoras de grãos. Quando a área já era cultivada em sistema de plantio direto, não há limpeza ou preparo do solo, e a semeadura é realizada em linha, com plantadoras de plantio direto, ou a lanço sobre a palhada após a colheita. Também pode ser feita a sobressemeadura, ainda com a cultura agrícola em pé, prática comum sobre lavouras de soja ao final do ciclo — utilizando aeronaves, distribuidores de adubos ou semeadoras acopladas em barras de pulverizadores. Na próxima semana escreverei a Parte 02 desta série sobre semeadura de pastagens. Aguarde.
Professor Adilson Aguiar realiza consultorias em propriedades do Tocantins, Pará e Goiás

Entre os dias 02 e 06 de novembro de 2025, o professor Adilson Aguiar percorreu três estados brasileiros — Tocantins, Pará e Goiás — para uma nova etapa de consultorias técnicas ao empresário Adriano Carvalho, agricultor, pecuarista e diretor comercial da Centrovet, empresa sediada em Goiânia (GO). O professor atende esse cliente desde 2017, contribuindo para o avanço técnico e produtivo de várias fazendas do grupo. Atuação no Pará: recria e engorda em Xinguara Nos dias 02 e 03 de novembro, os trabalhos foram realizados na Fazenda Itaporanga, localizada em Xinguara, no Sul do Pará. A propriedade é dedicada à recria e engorda de bovinos machos, etapa fundamental para a eficiência dos sistemas de produção de carne bovina na região. Consultoria no Tocantins: agricultura, pecuária e ILP em Duerê No dia 04 de novembro, o professor esteve na Agropecuária Paraíso (ARPA), em Duerê (TO). A propriedade conduz um modelo diversificado, com lavouras de arroz, feijão e soja, além da pecuária de cria e de sistemas de integração lavoura-pecuária (ILP), que ampliam a eficiência do uso da terra e favorecem o equilíbrio entre solo, planta e animal. Visitas em Goiás: intensificação produtiva e ILP No dia 05 de novembro, as atividades seguiram para o Estado de Goiás, nos municípios de Morrinhos e Pontalina, onde o professor visitou as Fazendas Serra (Morrinhos) e Boa Vista (Pontalina). Já a Fazenda Espora de Prata, em Aurilândia, não integrou o roteiro desta etapa. “Nessas propriedades, o foco produtivo é a recria e engorda de bovinos machos, sendo que a Fazenda Boa Vista também incorpora sistemas de integração lavoura-pecuária”, explica Aguiar. Principais focos da consultoria Em todas as visitas, o professor Adilson Aguiar direcionou sua atuação para estratégias de intensificação sustentável, com destaque para: Essas ações buscam elevar a eficiência técnica e econômica das fazendas, promovendo sistemas mais produtivos, rentáveis e com maior sustentabilidade no uso dos recursos naturais. Um dos pontos fortes dos projetos é a excelente gestão dos indicadores técnicos e econômicos, realizada diretamente pelo proprietário e seus filhos. Esse controle rigoroso permite decisões rápidas e assertivas, sustentando os avanços obtidos ao longo dos anos de consultoria.