Estabelecimento de Pastagens de Inverno – Parte 02

 Adilson de Paula Almeida Aguiar – Zootecnista, professor em cursos de pós-graduação na REHAGRO, na Faculdade de Gestão e Inovação (FGI) e nas Faculdades Associadas de Uberaba (FAZU); Consultor Associado da CONSUPEC – Consultoria e Planejamento Pecuário Ltda.

Continuando a sequência de artigos sobre o tema que titula esse artigo (leia a parte 01 para compreender melhor o conteúdo dessa segunda parte) estou escrevendo esse texto dia 26 de abril de 2025, portanto, já são 36 dias após o início da estação de outono.

Como métodos para a semeadura de forrageiras de inverno o pecuarista tem os seguintes:

Sobressemeadura: neste método a sequência de procedimentos pode ser a seguinte: antes dos animais entrarem em um piquete as sementes são semeadas a lanço sobre o pasto; os animais são colocados no piquete para pastejarem e ao mesmo tempo pisotearem as sementes no solo; os animais são retirados do piquete e mudados para um outro piquete; após a retirada dos animais faz-se a roçada do resíduo pós-pastejo e o material roçado formará uma camada de palha protetora sobre as sementes pisoteadas.

Plantio direto: neste método a sequência de procedimentos pode ser a seguinte: os animais são colocados no piquete para pastejarem; após a retirada dos animais faz-se a roçada do resíduo pós-pastejo e o material roçado formará uma camada de palha sobre a qual será feita a semeadura com plantadora de plantio direto.

Atenção as recomendações das taxas de semeadura as quais vão depender da espécie ou das espécies que serão estabelecidas, de variedades e ou cultivares em cada espécie, e do método de semeadura, se a lanço ou se em linha. Os técnicos de empresas que vendem sementes certificadas e ou o consultor do pecuarista poderão orientá-lo quanto as taxas de semeadura. 

A partir daí é esperar boas chuvas, na região subtropical, e fazer as irrigações na região tropical do país.

Em condições adequadas o primeiro pastejo é realizado até 45 dias após a semeadura, quando as forrageiras alcançam suas alturas alvos, no caso da Aveia, 25 cm (aproximadamente 80% da altura alvo de 30 cm recomendado para a pastagem já estabelecida) e 15 cm no caso do Azevém (mesmo parâmetro).

Estas forrageiras têm um potencial de acumular entre 6 a 10 toneladas de matéria seca por hectare em um período de 120 a 150 dias desde que o solo seja corrigido e as adubações aplicadas sejam em doses que possibilitem explorar estes potenciais. Considerando um potencial médio de 7 t de MS/ha, um período de 120 dias de pastejo, com uma eficiência de uso de 80% da forragem acumulada e um consumo de 2,67% do peso corporal dos animais, a capacidade de suporte média será de 3,89 UA/ha. Por outro lado, a qualidade da forragem destas forrageiras tem potencial de permitir ganhos entre 0,70 a mais de 1,0 kg/animal/dia. Esta amplitude de variação depende de vários fatores, tais como a oferta de forragem (kg de MS/100 kg do peso corporal ou % do peso corporal), o animal – seu grau de sangue, seu sexo, sua idade, seu peso corporal, o tipo de suplemento e o seu nível de suplementação …

Bem, sobre a produtividade por área (kg ou @/ha) vou deixar você calcular de acordo com o tipo de animal que pastejará ai na sua fazenda.

Na terceira e última parte dessa sequência de artigos escreverei sobre pastagens de inverno em sistema de integração lavoura pecuária (ILP) – aguarde.